quarta-feira, 25 de julho de 2012

Classificação das cavidades

Black propôs dois tipos de classificação para as cavidades:

·         Etiológica - baseada na áreas dos dentes susceptíveis  à carie e regiões de difícil higienização: Cavidades de cicatrículas e fissuras; Cavidades de superfície lisa.

·         Artificial - Cavidades reunidas em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração.

Classe I

Cavidades preparadas em regiões de má coalescência de esmalte, cicatrículas e fissuras na face oclusal de molares e pré-molares, 2/3 oclusais da face vestibular dos molares, face lingual dos incisivos superiores, ocasionalmente face palatina dos molares superiores.


Classe II

Cavidades preparadas nas faces proximais de molares e pré-molares.


Classe III

Cavidades preparadas na face proximal dos incisivos e caninos sem que haja acometimento da borda incisal.


Classe IV

Cavidades preparadas nas faces proximais de incisivos e caninos com remoção e restauração da borda incisal.


Classe V

Cavidades preparadas no terço gengival, não de cicatrículas, nas faces vestibular e lingual de todos os dentes.



Classificações complementares à classificação artificial de Black



Alguns autores com Howard & Simon, acrescentaram à classificação de Black a cavidade Classe VI. Desta forma esta classe possui cavidades preparadas na ponta de cúspides e na borda incisal. Sockwell também propôs um acréscimo, considerando as cavidades de cicatrículas e fissuras incipientes na face vestibular dos dentes anteriores como cavidades classe I.


                                                                      
Classe VI de Howard & Simom

Classe I de Sockwell            








Bibliografia:




MONDELLI, J. et al. Fundamentos da dentística operatória. São Paulo: editora santos. p 1-11.  

terça-feira, 24 de julho de 2012

Materiais para proteção pulpar


Vernizes cavitários
Materiais a base de oxido de Ca(OH)2: P.A e cimento
Cimento ionômero de de vidro
Cimento a base de ZnO/eugenol
Cimento a base de ZnO sem eugenol

Forradores cavitários: agentes protetores aplicados em espessura mínima(menor que 0,5mm)
Base protetoras: camadas mais espessas(0,5mm a 2mm) de um ou mais agentes protetores para forrar e reconstituir assoalhos cavitários. Reconstrução morfológica

Vernizes cavitários


Composição:
Resina natural: Copal e colofônia
Resina sintética: Acetona, clorofórmio e éter
Solventes orgânicos

Propriedades:
Ótimo isolante elétrico
Efeito de redução da irritação pulpar. Impede penetração de produtos de corrosão do amalgama nos túbulos dentinários(impede escurecimento)
Alta solubilidade
Não promove isolamento térmico

Indicações:
Sob restaurações de amalgama
Sobre materiais de presa lenta como os cimentos ionômericos
Em preparos antes da cimentação de restaurações metálicas indiretas como cimento fosfato de zinco

Contra-indicações:
Sob restaurações em resina composta
Sob restaurações ou preenchimento de cimentos ionoméricos

Modo de aplicação:
Aplicar com pincel descartável em duas camadas, esperando o tempo de evaporação do solvente

Produto comercial: varnal(biodinâmica)

Materiais a base de oxido de Ca(OH)2: P.A e cimento


Propriedades:
Ação antibacteriana
pH elevado(neutraliza ácidos)
se aplica na polpa à necrose superficial à células de defesa à reparo

P.A(pró-análise):


Composição: Pó ou pasta(P.A e água destilada ou soro fisiológico) utilizados para:
Capeamento direto
Pulpotomia
Curetagem pulpar

Composição: solução/suspensão(água deslitada ou soro fisiológico) utilizada para:
Limpeza de cavidades
Hemostasia

Produto comercial: Hidróxido de cálcio P.A.(biodinâmica)

Cimento Hidróxido de Cálcio


Indicação:
Proteção pulpar indireta
Cimentação de restaurações provisórias

Cimento de Hidróxido de Cálcio auto ativado

Composição:
Pasta base: dióxido de titânio(56,7%), glicol silicato, pigmento, hidróxido de cálcio.
Pasta catalizadora: Etitotuleno, Sulfonamida.

Propriedades:
Resistência suficiente para suportar as pressões de condensação em restaurações de amalgama
Alta solubilidade

Manipulação:
Partes iguais das suas pastas são dispensadas em bloco especial ou placa de vidro e faz-se a espatulação

Produto comercial: Hydro C e Dycal(Dentsply)

Cimento de Hidróxido de Cálcio foto ativado:

Composição: hidróxido de cálcio
Sulfato de bário resina dimetacrilato de uretano
Iniciadores ativadod por luz visível

Propriedades:
Aumento da resistência a compressão
Redução da solubilidade em água
Resistência a dissolução em ácido
União com materiais restauradores fotoativados
Não aderem a dentina

Produto comercial: Biocal(Biodinâmica)

Cimento à base de óxido de zinco e eugenol


Eugenol:
Anti-inflamatório, cicatrizante, analgésico, antibacteriano
Óxido de zinco:
antibacteriano

curativo-restauração provisória direta

Forma de apresentação:
pó(óxido de zinco, estearato de zinco, acetato de zinco)/líquido(eugenol, azeite de oliva)
pasta/pasta

Indicações:
restaurações temporária- utilizado em tratamento de canal
permanecem alguns dias
menor resistência
remoção manual

restaurações intermediárias(IRM)
permanecem semanas ou meses
maior resistência
remoção com broca

cimento endodôntico
consistência mais fluida
presa lenta
definitivo

material de moldagem
cimento cirúrgico
base para isolamento térmico

Produto comercial: IRM(Dentsply)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Nomenclatura e classificação das cavidades


Os preparos cavitários sofreram grandes modificações devido ao surgimento de novos materiais restauradores, culminando em novas concepções em relação aos preparos.

Em 1908, Black desenvolveu as primeiras normas para se classificar os preparos cavitários, foram os Princípios Gerais dos Preparos Cavitários

As nomenclaturas permitiram que profissionais da mesma área fossem capazes de entender mutuamente as peculiaridades de determinado preparo, o conhecimento das nomenclaturas das cavidades é necessário para o entendimento de informações entre profissionais

Denominações dos preparos cavitários
De acordo com o Número de faces que ocorre:
·         Simples – uma só face
·         Composta – duas faces
·         Complexa – Três ou mais faces

De acordo com a face do dente envolvida, recebendo o nome da respectiva face:
             ·         Cavidade preparada na face oclusal: cavidade oclusal – O
             ·         Cavidade que se estende da face oclusal à face mesial – MO
             ·         Cavidade que se estende às faces mesial, oclusal e distal – MOD
Nomenclatura das partes que constituem uma cavidade:

        ·         Paredes circundantes: paredes laterais da cavidade e recebem o nome da face do dente a que correspondem ou ao qual estão mais próximas
        ·         Paredes de fundo: Correspondem ao soalho da cavidade, sendo chamada: axial, quando paralela ao eixo longitudinal do dente e pulpar, quando perpendicular ao longo eixo do dente 


Paredes circundantes (C); Parede de fundo axial (A); Parede de fundo pulpar (P)

     
     Nomenclatura dos ângulos

     São obtidos pela união das paredes de uma cavidade e denominados combinando-se os respectivos nomes e são classificados em ângulos diedros, triedros e cavo-superficial.

     Ângulos Diedros:

     São formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados segundo a combinação de seus respectivos nomes. Os ângulos diedros podem ser de primeiro grupo: formados pela junção de duas paredes circundantes (ex. vestíbulo-gengival); do segundo grupo: formados pela junção de uma parede circundante e uma de fundo (ex. linguo-pulpar); de terceiro grupo: formados pela junção de duas paredes de fundo (ex. axio-pulpar).   


   
     Ângulos triedros:

     São formados pelo encontro de três paredes e denominado de acordo com suas respectivas combinações. Exemplo: vestíbulo-pulpo-axial, linguo-axio-gengival.


   
A-     Ângulo Vestíbulo-áxio-gengival;    B – Linguo-áxio-gengival

     Ângulo Cavossuperficial:

     É o ângulo formado pela junção das paredes das cavidades com a superfície externa do dente.



Imagem A – ângulo cavossuperficial nítido sem bisel (d); cavidade pra uma restauração em amálgama
Imagem B – ângulo cavossuperficial biselado (b); cavidade pra uma RMF.

Bibliografia:

http://www.forp.usp.br/restauradora/dentistica/temas/amalgama/amalgama_01/amalgama_01.pdf