terça-feira, 14 de agosto de 2012

Diagnóstico Pulpar


Devemos saber que a polpa possui em sua composição as seguintes camadas:

  • ·         Camada Odontoblástica – localizada abaixo da pré-dentina, composta por odontoblastos
  • ·         Camada Subodontoblástica – possui fibras nervosas e vasos sanguíneos pouco calibrosos e poucas células. As fibras A delta estão presentes nesta camada
  • ·         Camada rica em células – apresenta células mesenquimais indiferenciadas, fibroblastos, células de defesa.
  • ·         Camada central – vasos sanguíneos e fibras nervosas mais calibrosas. Apresenta fibras C, tais fibras possuem vesículas que liberam a substância P, responsável pela inflamação neurogênica


Fibras A delta- fibras nervosas mielinizadas, responsáveis pela transmissão rápida do impulso nervoso, promovendo resposta rápida, provocada, do tipo choque. Tais fibras não suportam hipóxia e anóxia.

Fibras C- fibras nervosas amielínicas, transmissão lenta do impulso nervoso, resposta lenta, lancinante, contínua, espontânea. Devido a substância P, há retro-alimentação do impulso doloroso, perpetuando a dor. Tais fibras suportam hipóxia e anóxia. Mesmo ocorrendo necrose pulpar estas fibras podem sobreviver no interior da polpa e quando estimuladas promovem dor.

Sensibilidade Pulpar

A polpa só responde aos estímulos através de dor. A sensibilidade pulpar se refere à resposta das fibras nervosas.
O teste de sensibilidade pulpar visa mensurar a resposta dolorosa frente ao processo inflamatório pulpar, obtido frente aos estímulos (frio, calor, elétrico).



Teste Gelo : Isolamento relativo + secagem do dente com gaze, aplica-se o bastonete de gelo próximo à cervical do dente.





Teste Endofrost: Borrifa-se o spray em uma bolinha de algodão e aplica-se próximo à cervical do dente.



Teste Calor: Aplica-se vasilina na superfície do dente e posteriormente aplica-se o bastão de guta percha aquecida nesta superfície.


Alterações Pulpares


Pulpite Reversível

Causa mais comum são lesões cariosas e exposição de colo dentário.
Ambas levam a um processo inflamatório, histopatologicamente como hiperemia pulpar, se o estímulo não for interrompido o processo pode evoluir para uma pulpite aguda serosa e pulpite aguda purulenta.
A exposição do colo dentário pode ocorrer por trauma oclusal, perda óssea, doenças periodontais.
Sintomatologia: Dor provocada por estímulos, acentuada com o frio, passageira, não se faz necessário o uso de analgésicos.
Tratamento: Remoção do agente causal. Se for uma cárie, remover a lesão e proceder a restauração. Se for uma hipersensibilidade dentinária causada por exposição radicular, fazer a dessensibilização da superfície

Pulpite Irreversível Sintomática

A pulpite reversível não tratada teve um aumento no estágio inflamatória. Sintomatologia dolorosa na fase inicial apresenta-se provocada e espontânea, fase final como espontânea.
Dor espontânea, pulsátil, intolerável com aumento da sintomatologia durante a noite (devido ao aumento da pressão intra-pulpar). Há produção intensa de gases e produtos bacterianos derivados da necrose pulpar. Dor não cessa com analgésicos
  • ·         Fase Inicial – dor espontânea e provocada
  • ·         Fase Final – dor contínua, não cessa com analgésicos, pulsátil, latejante, pode ocorrer dor irradiada. Há comprometimento das fibras nervosas centrais com liberação da substância P, causando a dor. Uso de calor aumenta a dor. O teste ao frio diminui a dor devido à descompressão do tecido pulpar

 Tratamento: Tratamento endodôntico do sistema de canais radiculares (SCR).

Pulpite Irreversível Assintomática

Histopatologicamente é conhecida como pulpite crônica hiperplásica.


Dor provocada pela pressão local, não há queixa de dor espontânea. Reage pouco ao frio e sente mais o calor. Pode apresentar um prognóstico de necrose.
Há proliferação de fibra colágenas formando um pólipo. A dor provém das fibras do interior do tecido pulpar.
Tratamento: Tratamento endodôntico do SCR.

Necrose Pulpar

Morte do tecido pulpar. Necrose de coagulação do tecido
Tratamento: Tratamento do SCR
Não há sintomatologia dolorosa



Bibliografia:
http://www.forp.usp.br/restauradora/polpa.htm
http://cursos.unisanta.br/trauma/testes.htm
VILAÇA, E.L. Diagnóstico Pulpar e Aterações Clínicas da Polpa Dentária

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